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sábado, 18 de julho de 2015

É ASSIM QUE UM PEQUENO GRUPO DE LÍDERES PSICOPÁTICOS DESTRÓI A ALMA DE UMA NAÇÃO - OLAVO DE CARVALHO, MARIA CORINA MACHADO


(Prefácio do livro "PONEROLOGIA: PSICOPATAS NO PODER")
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 30 de março de 2014



Muitas vezes o leitor já deve ter-se perguntado como é possível que tantas pessoas, aparentemente racionais, amem e aplaudam os governos mais perversos e genocidas do mundo e se recusem a enxergar a liberdade e o respeito de que elas próprias desfrutam nas democracias ocidentais, ao mesmo tempo que continuam acreditando, contra todas as evidências, que são moral e intelectualmente superiores aos que não seguem o seu exemplo.

Hoje em dia essas pessoas, no Brasil, são a parcela dominante no governo, no Parlamento, nas cátedras universitárias, no show business e na mídia. A presença delas nesses altos postos garante a este País setenta mil homicídios por ano, o crescimento recorde do consumo de drogas, o aumento da corrupção até a escala do indescritível, cinquenta por cento de analfabetos funcionais entre os diplomados das universidades e, anualmente, os últimos lugares para os alunos dos nossos cursos secundários em todos os testes internacionais, abaixo dos estudantes de Uganda, do Paraguai e da Serra Leoa. Sem contar, é claro, indícios menos quantificáveis, mas nem por isso menos visíveis, da deterioração de todas as relações humanas, rebaixadas ao nível do oportunismo cínico e da obscenidade, quando não da animalidade pura e simples.
 


Isso torna a pergunta ainda mais crucial e urgente. A resposta, no entanto, vem de longe.


Sessenta e tantos anos atrás, alguns estudantes de medicina na Polônia, na Hungria e na Checoslováquia começaram a notar que havia algo de muito estranho no ar. Eles haviam lutado na resistência antinazista junto com seus colegas, e isto havia consolidado laços de amizade e solidariedade que, esperavam, durariam para sempre. Aos poucos, após a instauração do regime comunista, novos professores e funcionários, enviados pelos governantes, estavam alterando profundamente o ambiente moral nas universidades daqueles países. Um jovem psiquiatra escreveu:

"nós sentíamos que algo estranho tinha invadido nossas mentes e algo valioso estava se esvaindo, de forma irreparável. O mundo da realidade psicológica e dos valores morais parecia suspenso em um nevoeiro gelado. Nosso sentimento humano e nossa solidariedade estudantil perderam seus significados, como também aconteceu com o patriotismo. Então, nos perguntamos uns aos outros: ‘Isso está acontecendo com você também?’”




Impossibilitados de reagir, eles começaram a trocar ideias, perguntando como poderiam se defender da devastação psicológica geral. Aos poucos essas conversações evoluíram para o plano de um estudo psiquiátrico da elite dirigente comunista e da sua influência psíquica sobre a população.

O estudo prosseguiu em segredo, durante décadas, sem poder jamais ser publicado. Aos poucos os membros da equipe foram envelhecendo e morrendo (nem sempre de causas naturais), até que o último deles, o psiquiatra polonês Andrej Andrew) Lobaczewski (1921-2007), reuniu as notas de seus colegas e compôs o livro que veio a sair pela primeira vez no Canadá, em 2006, e que agora a Vide Editorial, de Campinas, está para publicar em tradução brasileira de Adelice Godoy:
Ponerologia. Psicopatas no poder, do qual extraí o parágrafo acima.

"Poneros", em grego, significa "o mal". O mal, porque o traço dominante no caráter dos novos dirigentes, que davam o modelo de conduta para o resto da sociedade, era inequivocamente a psicopatia. O psicopata não é um psicótico, um doente mental. É uma pessoa de inteligência normal ou superior, às vezes dotada de uma capacidade incomum para agir no ambiente social. Só lhe falta uma coisa: os sentimentos morais, especialmente a compaixão e a culpa. Não que ele desconheça esses sentimentos.

Conhece-os perfeitamente, mas os vivencia de maneira puramente intelectual, como informações a ser usadas, sem participação pessoal e íntima. Quanto maior a sua frieza moral, maior a sua habilidade de manipular as emoções dos outros, usando-as para os seus próprios fins, que, nessas condições, só podem ser malignos e criminosos. Justamente porque não sentem compaixão nem culpa, os psicopatas sabem despertá-las nos outros como quem toca um piano e produz o acorde que lhe convém.



Não é preciso nenhum estudo especial para saber que, invariavelmente, o discurso comunista, pró-comunista ou esquerdista é cem por cento baseado na exploração da compaixão e da culpa. Isso é da experiência comum.

Mas o que o dr. Lobaczewski e seus colaboradores descobriram foi muito além desse ponto. Eles descobriram, em primeiro lugar, que só uma classe de psicopatas tem a agressividade mental suficiente para se impor a toda uma sociedade por esses meios. Segundo: descobriram que, quando os psicopatas dominam, a insensitividade moral se espalha por toda a sociedade, roendo o tecido das relações humanas e fazendo da vida um inferno. Terceiro: descobriram que isso acontece não porque a psicopatia seja contagiosa, mas porque aquelas mentes menos ativas que, meio às tontas, vão se adaptando às novas regras e valores, se tornam presas de uma sintomatologia claramente histérica, ou histeriforme.


O histérico não diz o que sente, mas passa a sentir aquilo que disse – e, na medida em que aquilo que disse é a cópia de fórmulas prontas espalhadas na atmosfera como gases onipresentes, qualquer empenho de chamá-lo de volta às suas percepções reais abala de tal modo a sua segurança psicológica emprestada, que acaba sendo recebido como uma ameaça, uma agressão, um insulto.

É assim que um grupo relativamente pequeno de líderes psicopáticos destrói a alma de uma nação.

http://www.olavodecarvalho.org/semana/140330dc.html


TEXTO DE ANDREW LOBACZEWSKI SOBRE A DOMINAÇÃO PSICOPÁTICA DA POLÔNIA E DAS ALMAS POLONESAS (TRANSPERSONIFICAÇÃO) PELOS COMUNISTAS:

PELJO AO LEITOR QUE IMAGINE UM HALL DE ENTRADA bem grande em um predio universitario antigo, no estilo Gotico. Muitos de nos i­amos para lá, ainda quando estavamos no ini­cio dos nossos estudos, a fim de ouvir as aulas de notorios filosofos e cientistas. Nos nos reunimos de volta neste lugar, sob ameaça, no ano anterior a graduaçao, para ouvir as aulas de doutrinaçao que haviam sido introduzidas recentemente. Uma pessoa que nenhum de nos conhecia apareceu por detras do pulpito e nos informou que ele seria agora o professor. 

Seu discurso era fluente, mas nao havia nada de cienti­fico nele: ele nao conseguia distinguir entre conceitos cientificos e senso comum e tratava as ideias na fronteira entre um e outro, como se fossem uma sabedoria da qual nao se poderia duvidar. Durante noventa minutos por semana, ele nos inundou com uma visao ingenua, presunçosamente falaciosa e patologica, da realidade humana. Nos eramos tratados com desprezo e com um odio mal contido. Uma vez que tirar sarro poderia resultar em terri­veis consequencias, nos ti­nhamos que ouvi-lo atentamente e com extrema gravidade. Logo apareceram os boatos sobre a origem desta pessoa. Ele tinha vindo do suburbio de Cracovia e frequentou o colegial, embora ninguem soubesse se ele tinha sido graduado. De qualquer forma, esta foi a primeira vez que ele cruzou as portas da universidade, e o fez como um professor, simples assim. "€œVoce nao consegue convencer ninguem desta forma!" nos cochichavamos entre nos, "ɉ realmente propaganda dirigida contra eles mesmos€." Mesmo depois de tal tortura mental, levou um longo tempo para alguem quebrar o silencio. Nos estudavamos a nos mesmos, ja que senti­amos que algo estranho tinha invadido nossas mentes e algo valioso estava se esvaindo de forma irreparavel. O mundo da realidade psicologica e dos valores morais parecia suspenso em um nevoeiro gelado. Nosso sentimento humano e nossa solidariedade estudantil perderam seus significados, como tambem aconteceu com o patriotismo e nossos velhos criterios estabelecidos. Entao, nos perguntamos uns aos outros, "€œisso esta acontecendo com voce tambem?"€ Cada um de nos experimentava, do seu proprio jeito, esta afliçao sobre sua propria personalidade e sobre o seu futuro. 

Alguns de nos respondi­amos as questoes com o silencio. A profundidade destas experiencias revelou-se diferente para cada pessoa. Nos entao imaginamos como nos protegeriamos dos resultados desta "€œdoutrinaçao"€. 

Teresa D. fez a primeira sugestao: vamos passar um final de semana nas montanhas. Funcionou. Companhias agradaveis, um pouco de brincadeira, entao o cansaço, seguido por um sono profundo em um abrigo e nossas personalidades humanas retornaram, embora ainda com um certo vesti­gio de antes. O tempo tambem provou ser adequado para criar uma imunidade psicologica, ainda que nao para todos. Analisar as caracteri­sticas psicopaticas da personalidade do "€œprofessor"€ tambem mostrou ser outro excelente meio para proteger a propria saude psicologica. 

Voce pode imaginar nossa preocupaçao, desapontamento e surpresa quando alguns colegas que nos eram proximos, repentinamente, começaram a mudar suas visoes de mundo. O padrao de pensamento deles, alem disso, nos lembrava a conversa do "€œprofessor"€. Seus sentimentos, que bem recentemente tinham sido amigaveis, tornaram-se claramente frios, embora ainda nao fossem hostis. Eles davam a impressao de possuir algum conhecimento secreto; nos eramos somente os seus ex-colegas, que ainda acreditavam no que aqueles "€œprofessores antigos"€ nos tinham ensinado. Nos precisavamos ter cuidado com o que dizi­amos para esses colegas. Esses nossos ex-colegas logo entraram para o Partido. Quem eram eles? De quais grupos sociais tinham vindo? Que tipo de estudantes e pessoas eram? Como e por que eles mudaram tanto em menos de um ano? Por que nem eu e nem a maioria dos meus amigos estudantes sucumbiram sob este fenomeno e processo? 

Muitas destas questoes pipocavam em nossas cabeças. Foi nesta epoca, a partir destas questoes, observaçoes e atitudes que nasceu a ideia de que esse fenomeno deveria ser objetivamente estudado e entendido; uma ideia cujo significado maior cristalizou com o tempo. Muitos de nos, psicologos recem-graduados, participamos nas observaçoes e reflexoes iniciais, mas muitos desistiram por conta de problemas materiais ou academicos. Somente poucos daquele grupo permaneceram; e o autor deste livro talvez seja o ultimo dos moicanos.[ 1 ] 

Foi relativamente facil determinar os ambientes e as origens das pessoas que sucumbiram a esse processo, o qual eu entao chamei de "€œtranspersonificaçao"€. Eles vieram de todos os grupos sociais, inclusive de familias da aristocracia e de familias muito religiosas, e representou uma "€œbaixa"€ na nossa solidariedade estudantil, de aproximadamente 6%. A grande maioria remanescente sofreu varios graus de desintegraçao da personalidade, o que deu origem a uma busca individual pelos valores necessarios para se encontrarem novamente; os resultados foram variados e, em alguns casos, criativos. Apesar disso, nos nao tinhamos duvidas quanto a natureza patologica desse processo de "€œtranspersonificaçao"€, que funcionou de forma similar mas nao necessariamente identica, em todos os casos. A duraçao dos resultados desse fenomeno tambem variou. Algumas dessas pessoas, mais tarde, tornaram-se fanaticos. Outros se aproveitaram de varias circunstancias para reestabelecer o contato perdido com a sociedade das pessoas normais. Eles foram substituidos. O unico valor constante do novo sistema social foi o numero magico de 6%. 

Nos tentamos avaliar o ni­vel de talento daqueles colegas que sucumbiram a esse processo de transformaçao de personalidade e chegamos a conclusao que, na media, era ligeiramente mais baixo que a media da populaçao estudantil. Sua resistencia menor residia em outras caracteri­sticas bio-psicologicas, as quais eram provavelmente qualitativamente heterogeneas. Eu percebi que tinha que estudar assuntos que estavam no limite entre a psicologia e a psicopatologia, a fim de responder a questoes que surgiam das nossas observaçoes; a negligencia cienti­fica dessas areas mostrou-se como um obstaculo difi­cil de ser sobreposto. Ao mesmo tempo, parecia que uma pessoa guiada por um conhecimento especial havia esvaziado todas as bibliotecas de qualquer publicaçao que fosse relacionada ao topico; havia livros indexados, mas eles nao estavam fisicamente presentes. Analisando estes eventos agora, em retrospectiva, baseando-nos no conhecimento psicologico especi­fico, nos podemos dizer que o "professor"€ era uma isca pendurada sobre nossas cabeças. Ele sabia de antemao que iria pescar indivi­duos submissos e sabia ate mesmo como faze-lo, mas os numeros limitados o desapontaram. O processo de transpersonificaçao geralmente se estabelece somente quando o substrato instintivo do indivi­duo foi marcado pela fraqueza ou por certos deficits.
 http://romance-sobrenatural.blogspot.com/2016/12/andrew-lobaczewski-ponerologia.html

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PSICOPATAS NO PODER I
http://youtu.be/CGyZvQFFpZI

ISCAS DA ESQUERDA PARA A ARMADILHA DA REVOLUÇÃO https://youtu.be/HIGAjf_Lq9o

O REINO DO SUBJETIVISMO - OLAVO DE CARVALHO - RELAÇÕES DE PODER PREDOMINAM SOBRE A RELAÇÃO COM A REALIDADE  http://conspiratio3.blogspot.com.br/2015/10/comunismo-o-reino-do-subjetivismo-olavo.html

POR QUE O PT ESTÁ DESMANTELANDO O ESTADO? - OLAVO DE CARVALHO NO FAROL DA DEMOCRACIA
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/por-que-o-pt-esta-desmantelando-o.html

NOVA ORDEM MUNDIAL ESTÁ POR TRÁS DE MOVIMENTOS SOCIAIS - OLAVO DE CARVALHO
http://youtu.be/ytl40ZlclU0

PETROLÃO - CORRUPÇÃO ESTRATÉGICA - OLAVO DE CARVALHO JÁ DEU AS DICAS NO MENSALÃO
https://youtu.be/jll194kunxk

A DESTRUIÇÃO DA MERITOCRACIA É CRIME HEDIONDO CONTRA O FUTURO - A SELEÇÃO DOS PIORES
https://youtu.be/Pja0JQ5iIlQ

Olavo de Carvalho - "Quando eu disse que o gayzismo se transformaria em instrumento de perseguição anticristã, responderam que eu era louco. Quando disse que o passo seguinte seria a descriminalização da pedofilia, mais louco ainda. Se o pessoal simplesmente lesse os debates entre os guias iluminados do movimento revolucionário, saberia que estão na fila de espera, para ser legitimados como condutas normais e inatacáveis, o incesto, a necrofilia e o canibalismo." https://www.facebook.com/carvalho.olavo/posts/517121198439959

EM QUE ESTÁGIO DE SOCIALISMO ESTÁ O BRASIL? OLAVO DE CARVALHO 2007 - ESTRATÉGIAS DE DOMINAÇÃO
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2015/07/em-que-estagio-de-socialismo-esta-o.html

COMO SE CONSTRÓI A MENTIRA DA DEMOCRACIA COMUNISTA - OLAVO DE CARVALHO
https://youtu.be/lOs4Cjd8Q4c

"O que se chama de filosofia em muitas universidades, especialmente no Brasil, é a convicção de que não existe realidade nenhuma e tudo é construído pela linguagem. Quem ouse praticar a filosofia no sentido que tinha em Sócrates, Platão e Aristóteles, é marginalizado como reacionário indigno de atenção. A sofística, com o nome de "desconstrucionismo", é o que hoje ostenta nos documentos oficiais o nome da sua velha inimiga, a filosofia."
"Na mesma lógica, a "democracia", segundo Laclau, é um "significante vazio", ao qual o partido revolucionário pode atribuir o sentido que bem lhe convenha. O PT designa com esse nome a aliança entre o governo e as massas alimentadas com dinheiro dos impostos, aliança montada em cima da destruição de todos os poderes intermediários, a começar pela mídia. Que essa aliança e essa destruição, historicamente, tenham sido a estratégia essencial de todos os regimes tirânicos do mundo (leiam Bertrand de Jouvenel, "Do Poder: História Natural do seu Crescimento"), é um detalhe irrisório: o "significante vazio" admite todos os conteúdos – com a vantagem adicional de que o eleitorado, ao ouvir a palavra "democracia" nas bocas dos próceres petistas, imagina que se trata de democracia no sentido tradicional do termo, porque não leu Ernesto Laclau e não sabe que eles a usam como palavra-código de duas caras, com um significado esotérico para os iniciados e outro, exotérico, para enganar os trouxas."
http://www.olavodecarvalho.org/semana/101021dc.html

A VERDADE NÃO EXISTE, A MENTIRA ÚTIL É A VERDADE https://youtu.be/tbdKwNSS7gE

ISCAS DA ESQUERDA PARA A ARMADILHA DA REVOLUÇÃO - CAOS - A MINORIA ORGANIZADA VENCE A MAIORIA DESORGANIZADA
https://youtu.be/HIGAjf_Lq9o
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2015/07/iscas-da-esquerda-para-armadilha-da.html

A MENTIRA COMO MÉTODO - Ferreira Gullar
http://conspiratio3.blogspot.com.br/2014/09/a-mentira-como-metodo-ferreira-gullar.html


ERNESTO ARAÚJO - NOMINALISMO X REALISMO "O pensamento humano é isso, precisa da linguagem, mas precisa da realidade. Essa coisa do achatamento do ser humano tem a ver com o nominalismo, vc isola as palavras e elas passam a ser coisas que estão no ar e se chocam assim, num éter onde nada faz sentido. É por isso que o conceito de realidade precisa voltar, o conceito de verdade, que verdade também é isso, no fundo é o diálogo interno entre linguagem e não linguagem." https://conspiratio3.blogspot.com/2019/03/entrevista-min-ernesto-araujo-denuncia.html
 

"Numa análise do livro de Orwell (1984), Alain Besançon argumenta que a sociedade totalitária imaginada por esse autor só pode ser compreendida em termos teológicos. Pois é uma sociedade fundada numa negação transcendental, numa recusa da condição humana, para a qual não há nem pode haver nenhuma réplica. Nessa sociedade só há poder, e a finalidade do poder é obter mais poder. Onde deveria haver amor, há apenas sua ausência; no lugar da lei, da obrigação, da amizade, da responsabilidade e do justo também ocorre o mesmo. A verdade é definida pelo poder, e a realidade é apenas um constructo do poder. As pessoas podem ser "vaporizadas", pois sua existência foi sempre provisória, uma captura momentânea no fluxo da ausência de sentido. A linguagem volta-se contra si mesma, de modo que sempre fracassará sua tentativa de ter algum sentido. A novilíngua desconstrói a palavra; assim ninguém fala ou escreve por meio dela senão o poder. (...) A máquina de 1984 põe, de modo infalível e suave, um sinal de negação em tudo o que faz sentido, em todos os valores e em todas as coisas compreensíveis, amáveis e demasiadamente humanas." Roger Scruton  

In an analysis of Orwell's book, Alain Besançon argues that the totalitarian society envisioned by this author can only be understood in theological terms. For it is a society founded on a transcendental denial, a refusal of the human condition, for which there is and cannot be any replica. In that society there is only power, and the purpose of power is to obtain more power. Where there should be love, there is only its absence; in the place of law, obligation, friendship, responsibility and the just, the same is also true. Truth is defined by power, and reality is only a power construct. People can be "vaporized" because their existence has always been temporary, a momentary capture in the flow of meaninglessness. The language turns against itself, so that its attempt to make any sense will always fail. The novilanguage deconstructs the word; so no one speaks or writes through it but power. (...) The 1984 machine infallibly and gently puts a sign of negation on everything that makes sense, on all values ​​and on all things that are understandable, kind and too human. Roger Scruton  

 

"O mundo viu o espetáculo impressionante de lutadores de aço, na barra do tribunal, confessarem crimes, quase pedindo o favor de fuzilá-los. Ninguém compreendia um Bukharin, um Zinovief, um Radek, um Tomsky reconhecerem que mereciam a pena de morte, que eram bandidos fascistas e que só Stalin era o verdadeiro amigo do povo. A imprensa mundial, através dos seus repórteres, gaguejou, espantada, diante dos julgamentos inauditos. Vishinsky, tipo saído das infectas alfurjas do Santo Ofício medieval, enredava, no cipoal de interrogatórios infames, o espírito torturado dos prisioneiros. Um desses prisioneiros, Ter-Vaganian, chegou a declarar a certa altura do inquisitório:  "Vocês sugerem que eu não pense e confie cegamente no Comitê Central, porque o Comitê Central percebe tudo mais claramente do que eu. Mas o fato é que, por minha própria natureza, não consigo parar de pensar. E quando penso, chego à inevitável conclusão de que as declarações transformando os velhos bolchevistas em um bando de assassinos causará danos incalculáveis, não só ao nosso país e ao Partido, como também à causa do socialismo em todo o mundo".  Extraio esta e outras citações, que se seguirem, da enorme obra de Roberto Conquest — O Grande Terror, livro que não foi escrito ao correr da pena da reportagem, mas argamassado de copiosa documentação, selecionada ao crivo da mais objetiva imparcialidade histórica. Na sua leitura, assiste-se o triturar dos espíritos nas roscas do engenho totalitário, coordenando as pressões físicas e morais num processo que suplanta tudo que se conhece na história dos sistemas de tortura. Lê-se, à pág. 304 da obra citada: "O interrogatório começava quase invariavelmente, não com uma acusação, mas com uma pergunta: será que você pode me dizer as hipóteses que formulou quanto ao motivo de sua prisão? — Dizem que isto se baseava em um questionário usado pela Santa Inquisição. Um dos mais infames inquisidores da curriola, chamado Yezhov, elaborou o seu método próprio, merecendo elogios dos peritos e que consistia em atribuir à vítima a tarefa de construir sua própria culpa. " (Do livro TEMAS POLÊMICOS, de Djacir Menezes)

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